Instabilidade do Ombro

A instabilidade do ombro ocorre quando a articulação do ombro fica solta, instável ou “sai do lugar” com facilidade, seja parcial ou totalmente. Isso acontece quando os ligamentos, cápsula articular ou músculos que mantêm a cabeça do úmero (osso do braço) dentro da cavidade glenoidal (do omoplata) estão danificados, frouxos ou enfraquecidos.

Tipos

➀ Instabilidade traumática

• Causada por luxação (ombro “deslocado”)
• Ocorre geralmente após queda ou trauma direto
• Pode lesar estruturas como o lábrum glenoidal (lesão de Bankart)

➁ Instabilidade atraumática

• Ocorre sem trauma evidente

• Associada a frouxidão ligamentar (pessoas "hiperlaxas") ou uso excessivo do ombro (ex: atletas de arremesso)

➂ Instabilidade multidirecional (IMD)

• O ombro fica instável em várias direções (frente, trás e para baixo)

• Comum em pessoas com articulações muito móveis ou atletas jovens

Sintomas

•Sensação de que o ombro "vai sair do lugar"
•Dor ao movimentar o braço acima da cabeça ou em rotação
•Fraqueza no ombro
•Episódios de luxação (deslocamento total) ou subluxação (parcial)
•Restrição funcional em esportes ou tarefas do dia a dia

Tratamento

➀ Conservador (na maioria dos casos)

Fisioterapia com foco em:

• Fortalecimento da musculatura estabilizadora do ombro (manguito rotador e escápula)

• Reeducação postural

• Treino de estabilidade articular

➁ Cirúrgico

Indicado quando:

• Há lesões anatômicas (como lesão de Bankart)
• O ombro luxa repetidamente
• O paciente não melhora com fisioterapia
• É atleta de alto nível ou em esportes de contato

A cirurgia geralmente é feita por artroscopia e visa reparar estruturas lesionadas e estabilizar a articulação.

Dúvidas Frequentes

➀ O que causa a instabilidade do ombro?

• Trauma (queda ou pancada) — especialmente após uma luxação
• Hiperlaxidão (articulações naturalmente mais soltas)
• Movimentos repetitivos (esportes de arremesso, natação, vôlei)
• Lesões nos ligamentos, cápsula articular ou labrum (ex: lesão de Bankart)

➁ Qual a diferença entre instabilidade e luxação?

• Instabilidade: o ombro tem tendência a sair do lugar com facilidade, parcial ou totalmente.

• Luxação: é quando o ombro sai totalmente da articulação — geralmente doloroso e visível.

➂ Se meu ombro saiu do lugar uma vez, vai acontecer de novo?

Pode acontecer, especialmente em jovens e atletas.
Após uma primeira luxação, há maior risco de recorrência, principalmente se estruturas como o lábrum glenoidal forem lesionadas.

➃ Preciso operar?

Nem sempre. O tratamento inicial geralmente é conservador, com fisioterapia.
A cirurgia é indicada quando:
• Há múltiplas luxações
• O ombro continua instável apesar da fisioterapia
• O paciente é atleta ou realiza esforço repetitivo com o ombro

➄ Fisioterapia resolve o problema?

Muitas vezes, sim.
Ela fortalece os músculos do manguito rotador e da escápula, melhorando o controle e a estabilidade do ombro.
Funciona bem em casos leves ou em pessoas com frouxidão ligamentar sem lesões anatômicas graves.

➅ Quanto tempo leva para recuperar a estabilidade?

• Com fisioterapia: geralmente de 2 a 4 meses, dependendo da gravidade

• Após cirurgia: o retorno ao esporte ou atividade total pode levar 4 a 6 meses

➆ Posso voltar a praticar esportes?

Sim, mas com cautela.
Com tratamento adequado e reabilitação, a maioria dos pacientes volta a esportes.
Em esportes de alto risco (como vôlei, judô ou handebol), pode ser necessário tratamento cirúrgico para estabilidade duradoura.

➇ Instabilidade pode causar lesão permanente?

Sim, se não tratada, pode levar a:

• Lesões do lábrum (Bankart)
• Desgaste precoce da articulação
• Perda de força e função
• Dor crônica

➈ Instabilidade do ombro tem cura?

Tem sim. Com o tratamento correto (fisioterapia e/ou cirurgia), a maioria dos pacientes melhora significativamente e pode voltar às suas atividades normais com segurança.

➉ Como evitar novas luxações?

• Evite movimentos de risco (ex: levantar o braço com rotação extrema)
• Fortaleça os músculos do ombro com fisioterapia preventiva
• Mantenha boa postura e controle neuromuscular da escápula